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Espelho da Alma: Uma Conversa Sincera

Preciso falar de algo que me incomodou muito e me trouxe profunda tristeza. Me deparei ontem com a foto de uma jovem, que eu confesso que não conhecia, mas me chamou atenção a notícia que aquela mulher, jovem, linda, veio a falecer por complicações em uma cirurgia estética.


Diante da morte daquela mulher, resolvi escrever não como quem vê apenas o reflexo superficial, e a beleza que nós mulheres temos, mas como alguém que entende a profundidade de cada linha que nos define. Muitas vezes me deparo com o elogio à minha aparência, algo que pode parecer uma benção, mas que carrega suas próprias sombras e complexidades.


Nesta era de imagens filtradas e padrões inatingíveis, sinto a necessidade de partilhar contigo uma mensagem essencial: a beleza, embora agradável aos olhos, não deve ser o alicerce sobre o qual construímos nossas vidas. Há uma beleza que não se vê, que não se maquia e que não está à venda. Essa beleza é a nossa saúde, o nosso bem-estar, a nossa paz interior.


Não é raro vermos até onde algumas pessoas estão dispostas a ir em nome dessa beleza idealizada. Dietas rigorosas, procedimentos estéticos arriscados, horas de exercício que excedem o saudável. Parece haver uma corrida silenciosa, um leilão onde o maior lance é a nossa própria saúde. Mas, querida amiga, eu te pergunto: vale a pena ser a mais bela do salão ao custo de nossa vitalidade?


Eu mesma já me vi na tentação de cruzar esses limites, seduzida pela promessa de uma beleza eterna. No entanto, aprendi que cada escolha tem seu preço e que o mais caro deles é aquele que cobramos de nós mesmas. O preço de ignorar o corpo quando ele pede descanso, de silenciar a mente quando ela grita por paz, de esquecer a alma que suspira por aceitação.


Portanto, é crucial que estabeleçamos limites saudáveis em nossa busca pessoal pela beleza. Que possamos diferenciar o cuidado de si do culto obsessivo pela imagem. Que possamos nutrir nosso corpo com gentileza, honrar nossa mente com compaixão e vestir nossa alma com a verdadeira beleza que nasce da autenticidade e da alegria de simplesmente ser.


Que o nosso espelho reflita não só o que desejamos ver, mas também o que verdadeiramente somos. E que a nossa busca pela beleza seja sempre acompanhada pela sabedoria de saber que a verdadeira harmonia está no equilíbrio entre a aparência e a essência.


Assim, minhas palavras chegam a ti como um convite para dançarmos juntas em um ritmo que celebra a vida em todas as suas formas. Uma dança onde a saúde é a música que guia nossos passos, onde cada movimento é um ato de amor-próprio e cada pausa é um momento de gratidão pela simples oportunidade de estarmos vivas.


Com um abraço caloroso e um coração que entende o teu, uma amiga que acredita na beleza de sermos quem somos.


Maria Borgo.

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